SXSW – Copastur

12 a 18 de Março de 2026 | Austin, TX

Futurismo para gente real (e não só para filme de ficção)

Futurismo SXSW 2026

Pensar em futurismo costuma trazer à cabeça imagens de carros voadores, IA dominando tudo e cidades neon dignas de filme de sci-fi. Mas, na prática, futurismo sério é bem menos sobre adivinhação e bem mais sobre como você toma decisões hoje em um mundo caótico. Foi justamente essa virada de chave que apareceu na palestra de abertura do evento “Futuro em Pauta – O Futuro é Agora”, onde a futurista Letícia Rueda Setembro trouxe o conceito de neuroforesight: juntar funções cerebrais e cognitivas (neuro) com a capacidade humana de prever, imaginar e planejar o futuro (foresight) para desenhar estratégias mais inteligentes e humanas. 

O que é futurismo (sem mistério)

Futurismo, na versão “vida real”, é o que muitas organizações chamam de strategic foresight: um conjunto de métodos para antecipar mudanças, criar cenários e testar possíveis caminhos, não para prever o futuro exato, mas para se preparar melhor para ele. Em vez de apostar em uma única narrativa (“vai ser assim”), a ideia é trabalhar com possíveis, prováveis e preferíveis futuros, questionando pressupostos e ampliando o campo de visão antes de decidir o que fazer hoje. 

Na palestra, Letícia reforça exatamente essa lógica: o futurismo ajuda empresas a navegar o caos de tendências, tecnologias e comportamentos, usando metodologias para transformar incerteza em estratégia de médio e longo prazo. A diferença é que, no neuroforesight, esse movimento inclui de propósito o fator mais imprevisível da equação: gente. 

Futurismo SXSW

Assista ao evento na íntegra clicando aqui.

Quando o corpo entra na conversa sobre o amanhã 

Um ponto central da fala de Letícia é que não existe tomada de decisão “só racional”. Ela se apoia na hipótese dos marcadores somáticos, do neurocientista António Damásio, que mostra como emoções geram respostas físicas (aquele “frio na barriga”, por exemplo) que acabam guiando nossas escolhas, de forma consciente ou não. Ou seja: quando você decide se entra ou não em um novo projeto, não é só o Excel que está decidindo, é também o histórico de experiências que o seu corpo carrega. 

Além disso, a palestra lembra que esse “pacote” inclui traumas pequenos e grandes, interpretações que ficaram registradas no sistema nervoso e, às vezes, te puxam de volta para versões antigas de si mesmo. Se o passado não é reorganizado, o cérebro usa os mesmos circuitos para imaginar o futuro, o que limita a capacidade de enxergar alternativas novas. 

SXSW 2026

Emoções, criatividade e futurismo 

Outro ponto que conecta neurociência e futurismo é o papel das emoções na criatividade. Letícia cita pesquisas que mostram como estados emocionais negativos estreitam nosso campo de visão e colocam o cérebro em modo de sobrevivência, com a amígdala (medo, defesa) dominando o jogo. Esse efeito está em linha com a teoria “broaden-and-build” da psicóloga Barbara Fredrickson, segundo a qual emoções positivas ampliam nossa percepção e ajudam a construir recursos cognitivos e sociais ao longo do tempo. 

Na prática: estresse constante é inimigo da inovação, porque faz você repetir rotas conhecidas. Já momentos de segurança e bem-estar ampliam o leque de possibilidades e facilitam conexões improváveis – exatamente o tipo de coisa que um futurista quer quando está desenhando cenários ou discutindo próximos passos de um negócio. 

Como pensar como futurista no seu dia a dia 

Tirar o futurismo da teoria não exige um laboratório secreto. Algumas práticas simples já aproximam o seu jeito de decidir do que os profissionais da área fazem: 

Futurismo SXSW 2026
  • Observar sinais fracos: em vez de olhar só para “a grande tendência da vez”, prestar atenção em sinais pequenos, comportamentos de nicho e mudanças de linguagem que começam na borda das conversas. 
  • Questionar o piloto automático: reconhecer que boa parte das decisões vem de padrões antigos (os tais “loopings de passado”) e perguntar conscientemente: “estou reagindo ao contexto de hoje ou a uma história antiga?”. 
  • Cuidar do estado interno: proteger blocos de tempo com menos estresse e mais presença não é luxo; é infraestrutura para pensar melhor, inovar e conectar pontos. 
  • Ensaiar futuros: visualizar cenários desejados como se fossem ensaios – algo que Letícia descreve como uma forma de treinar o corpo e a mente para reconhecer e aproveitar melhor oportunidades quando elas aparecerem. 

SXSW: onde o futurismo ganha carne, osso e pauta 

Eventos como o SXSW são, na prática, um parque de diversões para quem quer exercitar esse olhar futurista: múltiplas indústrias, tecnologias emergentes, debates sobre cultura, trabalho, cidades e muito mais, tudo acontecendo ao mesmo tempo, na mesma cidade. Ir para Austin com essa lente de neuroforesight significa menos FOMO (“perdi a palestra tal”) e mais foco em quais experiências realmente alimentam o seu jeito de pensar e decidir o amanhã. 

Se a ideia é transformar futurismo em prática (e não só em buzzword de apresentação), vale olhar para jornadas que combinam conteúdo, curadoria e saúde emocional. A Copastur, como agência oficial de turismo do SXSW no Brasil, estrutura viagens que vão além da logística e ajudam a usar o festival como um laboratório vivo de futuros possíveis. 

E então? Vai ficar de fora ou vai colocar essa possibilidade no seu futuro? 

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