
O fim da publicidade como a conhecemos (e a culpa é do SXSW)
Vamos ser sinceros por um minuto. Quantos banners de publicidade você viu hoje? E de quantos você realmente se lembra? Exato. Estamos vivendo a era da “cegueira de anúncios”. As pessoas não odeiam as marcas, elas odeiam ser interrompidas. E enquanto a maioria do mundo do marketing ainda grita para chamar a atenção, um grupo de pioneiros se reúne todo mês de março em Austin, Texas, para sussurrar. E o mundo inteiro para pra ouvir.
Esse lugar é o South by Southwest (SXSW), e ele se tornou, sem alarde, o maior e mais importante laboratório de marketing do mundo.
Se você ainda pensa no SXSW apenas como um festival de música e tecnologia, você está olhando para o retrovisor. Hoje, o evento é uma peregrinação obrigatória para CMOs, diretores de criação e estrategistas de marca. Por quê? Porque é lá que a publicidade tradicional morre e dá lugar à experiência. E o exemplo mais espetacular disso tem nome e data: Westworld, 2018.
O estudo de caso lendário: bem-vindo a SXSWestworld
Para promover a segunda temporada de Westworld, a HBO poderia ter feito o de sempre: outdoors, comerciais, anúncios em revistas. Em vez disso, eles fizeram algo insano. Eles recriaram a cidade de Sweetwater, o cenário da série, em uma área real de mais de 8.000 metros quadrados nos arredores de Austin.
Isso não era um estande. Era um universo.
Os participantes eram transportados de ônibus para esse local secreto. Na chegada, escolhiam um chapéu (branco ou preto, claro) e entravam em um mundo vivo. Havia 60 atores seguindo um roteiro de 444 páginas, interagindo com os visitantes, encenando duelos e contando histórias. Havia um bar, um bordel, um correio. Cada detalhe, do figurino à poeira nas ruas, era meticulosamente planejado.

O resultado? Os ingressos, que eram gratuitos, esgotaram em minutos. A hashtag #SXSWestworld dominou as redes sociais, gerando 1.9 bilhão de impressões sociais. A experiência não apenas ganhou o prêmio máximo de marketing do evento, o Grand Ex Award, como foi descrita por Steven Cardwell, VP de Marketing da HBO, como “um investimento que valeu cada centavo”.

A lição da HBO: pare de vender, comece a contar histórias
Por que isso funcionou tão bem? Porque a HBO não vendeu uma série. Ela convidou as pessoas para viverem dentro da história. Em um mundo saturado de conteúdo, a experiência imersiva não é apenas uma forma de marketing; é o produto. As pessoas não foram lá para ver um anúncio de Westworld. Elas se tornaram parte de Westworld. E, por isso, tornaram-se as maiores evangelistas da marca.
Não foi um caso isolado: a tradição das ativações épicas
A experiência de Westworld não foi um raio em céu azul. Ela faz parte de uma cultura que o SXSW fomenta. Em 2023, a Doritos criou a “Doritos After Dark”, uma experiência noturna com comida, música e uma “máquina de snacks” interativa gigante com realidade aumentada. Novamente, a marca não apenas distribuiu um produto; ela criou um momento, uma memória, um post no Instagram.


De experiências imersivas da Amazon para a série “Good Omens” a casas inteligentes funcionais montadas pelo Google, o SXSW é o lugar onde as marcas mais corajosas do mundo vão para testar o limite da criatividade.
Por que o SXSW 2026 é o seu laboratório pessoal de marketing?
Ok, as histórias são incríveis. Mas o que isso significa para você e para o seu negócio em 2026?
Significa que ir ao SXSW não é uma despesa, é um investimento em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) para o seu marketing. A trilha de “Brand & Marketing” é uma das mais concorridas do evento. É onde você aprende:
- A construir o hype: você entende, em primeira mão, como o “buzz” é gerado não por assessoria de imprensa, mas por narrativas autênticas e interações que as pessoas querem compartilhar.
- A entender o consumidor do futuro: o público do SXSW é formado por “early adopters”. Observar como eles reagem a novas ideias é como ter uma bola de cristal para o comportamento do consumidor.
- A fazer networking relevante: as pessoas por trás dessas campanhas geniais estão lá. Você pode tomar um café com o estrategista que criou a ativação da sua marca favorita e entender o “porquê” por trás do “o quê”.
Em um mundo onde a atenção é o recurso mais escasso, o marketing do futuro pertence a quem cria experiências, não a quem compra interrupções. E o manual de instruções para esse futuro está sendo escrito, ao vivo, em Austin.
Não espere para ler sobre a próxima grande tendência de marketing em um blog. Esteja na sala quando ela for inventada.
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